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segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Descanso na rede

(Damáris Lopes)
Desfiado, pobre pano,
em trama de forte tecido,
descansa vida sem plano,
o drama não foi banido.
.
Camarote de privilégio,
vê a grama amanhecida,
da solitária varanda
conta noite mal dormida.
.
Beija-flor é companhia,
que à pedante agonia,
cheira, suga e abranda.
.
A rede, torta, me acolhe,
veste ouvido,diz-se morta.
Elegante só transporta
mais que corpo esquecido...
mudo e súbito gemido.
.
A rede de nobre tecido
disfarça-se silenciosa,
como não soubesse que balança,
além desta alma criança,
saudade do amor querido.
.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Reencontro

aaa
Não sou das matas o caminho,
tão pouco tapete de rei.
Das meninas serenas dos seus olhos
não morenos,
sou história jamais esquecida
que em teu coração gravei.

Delicado amor infantil,
aos olhos tão claros,
claridade ofuscou, sumiu.
Nas entranhas dos anos, guardado,
sob sete chaves do peito,
meio escondido, meio jeito,
sem saber porquê
do direito,
buscar tanto por você.

Generoso, senhor dos tempos,
puro resgate me foi dado.
Não sei se bom, se pecado
mas um sorriso foi certo.
Intocável e distante,
preço de tê-lo perto.

(Damáris Lopes)

Carta a um Príncipe

aa aaa

Lembra dos olhos distantes
que os anos de estudantes
renderam-nos reféns?

Lembra da face, o rubor,
em pele de tenra idade,
disfarce que era nosso
tímido amor?

Lembra? Nosso encontro
distorcido, foi ponto
só de partida.
Tão grande que era,
jóia em redoma,
ficou na espera
como mera utopia.

Divergente foi a vida,
me fez meta preterida,
perdi você na contra-mão,
não na quadra da canção,
na de esporte,
onde bola bateu forte,
tirou você do futebol.
Eu, não pude jogar queimada,
em fogo estava meu coração,
naquele dia sem sol,
meu príncipe encantado,
ao passar pelo meu lado,
me deixou na solidão.
(Damáris Lopes)