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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Vingança

-Damáris Lopes -


Arrisco escrever deste teu jeito
Quando te encostas, e me tiras a pressa
Controladora do meu corpo, feito
Leitura que só a mim interessa.

Não mente este calafrio
Percorre ácido minhas membranas
E como pão que como e fatio
És fermento sólido
Que ao estômago engana.

Oportuno, te devoro com gana
Ambição ingênua de quem maltrata e judia
Sem restrição, teus desvios me encantam
Assim, me vingo em paixão doentia.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Ao Meu Professor


- Damáris Lopes -


Seria eu, seria tantas em pedaços distintos
Talvez geminiana desenfreada
No abc da primeira cartilha
Sonho faminto.,
Da “Caminho Suave”, te lembras?

Acorde sem rítmo
Da despautada nota
Sem sol,
Ai de mim!
Anzol sem isca
Perdida na pista
Sem pista pra te encontrar.

Sábia escola, esta vida de arte,
Não te vi tarde
Nos meus cinqüenta
Onde a interrogação ainda me tenta
E lendo em linhas tortas
Onde Ele escreve certo
Tropecei em versos no ar.
Caminho perto pra te achar.

Por dito e feito
Na tua linguagem sóbria
Me fiz própria
Pra provar das tuas sílabas
E delinear o jeito
Do meu re-desenho.



(Imagem, gentilmente cedida pelo poeta Naldo Velho)